Orelhas em abano são orelhas proeminentes constituídas por déficit anatômico caracterizado por deformidade da estrutura das orelhas como concha aberta ou alteração do ângulo da orelha em relação ao crânio e ausência ou enfraquecimento das curvas naturais da orelha. A deformidade afeta aproximadamente 5 % da população. Inúmeros trabalhos demonstram que as crianças com orelhas proeminentes apresentam auto percepção mais pobre, ansiedade, maior introversão e mais problemas sociais.
Outros trabalhos relatam a eficácia da cirurgia para corrigir as orelhas proeminentes e minimizar a angústia psicossocial infantil. Os resultados demonstram que a correção das orelhas em abano permite a melhora do bem estar de 90% das crianças. Em testes aplicados aos pais, responsáveis, professores e às próprias crianças houve redução da ansiedade, depressão, agressividade e houve aumento de atenção. Apenas crianças já socialmente isoladas antes da cirurgia mostraram-se insatisfeitas com os resultados.
A idade ideal para a correção é em torno dos seis anos de idade quando o desenvolvimento auricular está completo, mas ainda não houve trauma psíquico. No entanto, a necessidade de anestesia geral para a realização do procedimento muitas vezes inibe os pais na busca de solução para o problema de sua criança.
Muitas vezes a realização do procedimento na infância é impossível. Sendo assim, a criança deve ser monitorada a fim de se observar sua vivência escolar. Ao menor sinal de constrangimento devido a bulling ou brincadeiras de mau gosto a criança deve ser assegurada que existe tratamento para seu problema. O uso de exemplos de pessoas que já fizeram correções de outros aspectos físicos é útil para tranquilizar a criança: tia que aumentou as mamas, o tio que tirou uma pinta feia, o padrinho que arrumou o nariz, qualquer exemplo irá mostrar à criança que alterações na forma do corpo são normais e são passíveis de correção.
O procedimento cirúrgico em si é simples (para o especialista) e consiste em retirar o excesso de pele na parte posterior da orelha, abordar a cartilagem e confeccionar as dobras inexistentes bem como ressecar o excesso de cartilagem na concha. O curativo fica fechado dois dias e com 12 dias retiramos os pontos. Durante o primeiro mês o paciente usa uma toca ou faixa para dormir a fim de proteger as orelhas. O resultado deve aproximar-se de orelhas normais e ser difícil distinguir qual orelha é operada ou não. As complicações são infrequentes atingindo menos de 1% dos procedimentos.
Dr. Magno Stefani Cezar
Cirurgião Plástico – CRM MT – 7639 – RQE 293
– Pós-Graduação Master em Fisiologia Hormonal com o conceituado Dr. Italo Rachid.